sexta-feira, agosto 02, 2013

O TIRO MAIS CARO DO RIO: A AFRODISCRIMINAÇÃO DE NOSSAS LUTAS

Importante para reflexão.

O TIRO MAIS CARO DO RIO: A AFRODISCRIMINAÇÃO DE NOSSAS LUTAS

Os tiros que atingiram a sede do Afroreggae nesta quinta-feira, não só atingem a luta pela pacificação da cidade, mas ferem a todos nós que encaramos no cotidiano a face mais perversa desses dois lados cruéis: uma polícia corrupta e que criminaliza a pobreza e, por outro lado, o traficante frio e calculista que não poupa nem mesmo sua própria comunidade.
Não devemos, de forma nenhuma, desejar que o Afroreggae seja desestabilizado porque amanhã pode ser nossa vez. Aliás, eu já passei por algo semelhante e sei o quanto dói ser ameaçado.
Entretanto, ao ler no Jornal O Dia desta quinta (01/08/13) que o Afroreggae recebeu R$3,5 milhões da Secretaria Municipal de Cultura fiquei estarrecido. Ou li errado ou os militantes de cultura do Rio de Janeiro não têm munições suficientes para exigirem do Secretario de Cultura do Rio, Sérgio Sá Leitão, uma explicação plausível sobre o por quê desse tratamento especial ao Afroreggae. Será que nós também não somos alvejados? Por que essa afrodiscriminação de nossa luta? Será que o Complexo da Maré não merecia o mesmo tratamento após a chacina de junho último?
Por isso que não atiro mais, vivo em paz sendo cronista social.

Caio Ferraz
Sociólogo, poeta e ativista de direitos humanos

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